terça-feira, 16 de março de 2010

Exclusão Digital

Entrevista com Léa Fagundes sobre a inclusão digital.

Pioneira no uso da informática educacional no Brasil,Léa Fagundes cobra políticas públicas para o setor e defende a ajuda mútua entre professores e alunos.

Nesse ambiente hi-tech,instalado no Instituto de Psicologia da UFRGS, a professora Léa da Cruz Fagundes recebeu a reportagem de ESCOLA para esta entrevista sobre a inclusão digital.
Precursora do uso da informática em sala de aula no Brasil,a presidenta da Fundação Pensamento Digital,de Porto Alegre.
Tem alcançado resultados animadores com as experiências que desenvolve em comunidades carentes do estado.Elas mostram que as crianças pobres,alunas de escolas públicas em que não se depositam muitas expectativas,tem o mesmo desempenho que as mais favorecidas quando integradas ao ciberespaço.

O que a senhora diria a um professor que nunca usou um computador e precisa incorporar essa ferramenta em sua rotina de trabalho?

Que não tenha medo de errar nem vergonha de dizer "não sei"quando estiver em frente a um micro.O computador não é um simples recurso pedagógico,mas um equipamento que pode se travestir em muitos outros e ajudar a construir mundos simbólicos.O professor só vai descobrir isso quando se deixar conduzir pela curiosidade,pelo prazer de inventar e explorar as novidades,como fazem as crianças.

Como deve ser uma capacitação que ajude o professor a se adaptar a essas novas exigências?

É fundamental que a capacitação ofereça ao professor experiências de aprendizagem com as mesmas características das que ele terá de proporcionar aos alunos,futuros cidadãos da sociedade conectada.Isso pede que os responsáveis pela formação se apropriem de recursos tecnológicos e reformulem espaços,tempo e organizações curriculares.Nunca devem ser organizados cursos de introdução à microinformática, com apostilas e tutoriais.Esse modelo reforça concepções que precisam ser mudadas, como a de um curso com dados formalizados para consultar e memorizar.
Em uma experiência desse tipo,o professor se vê como o profissional que transmite aos estudantes o que sabe.Se ele não entende de computação,como vai ensinar?Aprender a libertar-se das rotinas e cultivar o poder de pensar!

É comum encontrar estudantes que têm mais familiaridades com a informática do que o professor.Como tirar proveito disso?

Transformando o jovem em um parceiro do adulto.Quando isso acontece, a relação educativa deixa de ser hierárquica e autoritária e passa a ser de reciprocidade e ajuda mútua.O educador não deve temer que estudante o desrespeite. Ao contrário, o adolescente vai se sentir prestigiado por partilhar sua experiência e reconhecer a honestidade do professor que solicita sua ajuda.Esse fato é determinante para a criação de um mundo conectado.

A educação brasileira pode vencer a exclusão digital?

Há excelentes condições para que isso aconteça.No Brasil já temos mais de 20 anos de estudos e experiências sobre a introdução de novas tecnologias digitais na escola pública.Esse dados estão disponíveis.O Ministério da Educação vem criando projetos nacionais com apoio da maioria dos estados,como o Programa Nacional de Informática Educativa (Proninfe) e o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo).Muitas organizações sociais e cominitárias também colaboram nesse processo.
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/podemos-vencer-exclusao-digital-425469.shtml

4 comentários:

  1. Parabéns por terem criado o blog do grupo.
    Ele terá continuidade ao longo do semestre, portanto: alimentem-no.
    Sucesso!
    Isabel Andréa

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  2. O professor é visto como um ser supremo um super herói.
    Imagina super herói não saber usar o computador o professor não saber usar as tecnologias atuais.Como em qualquer profissão precisamos estar atualizados pois o mundo gira em torno da informação .
    O professor precisa ir em busca do novo pois não são as respostas que move o mundo mais sim as perguntas .
    O foco não é como se ensina é com se aprende .

    Professor não tenha vergonha de dizer não sei, Mas sim vergonha de dizer eu não tentei.

    Heloísa Pereira levantando a bandeira pela a inclusão digital.


    Bjks.

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  3. Muito legal essa entrevista.
    Percebemos que ainda há muitos professores ,que não estão habituados a essas novas tecnologias.Isso pode não só influenciar o redimento do seu trabalho (já que tudo agora gira em torno da tecnologia) como também seu trabalho com os alunos(já que eles estão mais antenados do que nós,quanto as novas tecnologias).

    Adriana,Ana Paula,Carina,Rosângela,Thainá Siqueira e Thaiza.

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  4. Nas últimas duas décadas do século XX assistiu-se a grande mudanças tanto no campo socio-econômico e político quanto no da cultura,da ciência e da tecnologia.
    As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da era da informação.
    A função da escola será,cada vez mais,a de ensinar a pensar criticamente.Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens,inclusive a linguagem eletrônica.
    O que se constata é a predominância da difusão de dados e informações e não de conhecimento.
    O professor precisa está preparado para trabalhar com o:tempo do passado e o tempo do futuro.Para superar as condições do atraso e, ao mesmo tempo,criar as condições para aproveitar amanhã as possibilidades das novas tecnologias.
    Esses espaços(internet)de formação tem tudo para permitir maior democratização da informação e do conhecimento,portanto,menos distorção e menos manipulaçõo,menos controle e mais liberdade.
    Espera-se que a educação do futuro seja mais democrática,menos excludente.
    A escola precisa ser um centro de inovação.À educação tecnológica,deveria começar já na educação infantil.A escola deve servir de bússola para navegar nesse mar do conhecimento.
    Conceição Miranda.P331

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